terça-feira, 28 de abril de 2009

Conclusão

É preciso amar o Teatro, respeitá-lo e reconhecer o papel central
que ele tem

num conjunto de funções que nós atribuímos à Cultura no seu todo,

mas que lhe cabem necessariamente de forma destacada!

O Teatro e o Ensino

O teatro é importante porque defende a nossa língua e tradição, transmitindo-as a uma nova geração, cultivando morais e valores, contando histórias do passado e do presente, instigando a imaginação de cada um, semeando a capacidade crítica e a personalidade individual. Podemos então dizer que o teatro auxilia a humanidade a definir-se na sua individualidade, a construir a sua consciência sendo, desta forma, de uma importância crucial no ensino.

É urgente a educação do povo português. A criação teatral deve ser considerada como um elemento imprescindível ao desenvolvimento cultural do nosso país. Não se trata de um mero imperativo sentimental, mas de uma exigência da nossa sociedade. O Teatro pode ajudar no renascer da Cultura, integrando-se num sistema novo de educação e ensino e inserindo-se no próprio seio da vida social como elemento estimulante e criador.

A acção dramática é a acção educadora por excelência, dado que põe em jogo as próprias pessoas e mobiliza toda a experiencia humana vivida ou possível de viver.
É evidente que tudo isto pressupõe uma escola renovada, com programas, métodos e horários adequados, e com professores aptos a responderem às necessidades criadas.


Será utópico pensar numa organização escolar com teatro?

O Teatro Depois da Crueldade

Será Possível Resolver os Problemas do Teatro?

Para que se consiga salvar o teatro português têm de se começar por o essencial, o que dá vida ao teatro, o que o sustenta, ou seja, o público. A população deveria ser incentivada a frequentar o teatro desde tenra idade. Os pais e a comunidade escolar deveriam sensibilizar as crianças a gostarem de peças de teatro. Deveriam mostrar-lhes as várias opções que existem dentro do próprio mundo do espectáculo de modo a poderem tomar a decisão se apreciam ou não o teatro apenas após terem experimentado todas as suas versões, já que existem inúmeros tipos de peças, para todos os gostos e idades.

Outra situação que deveria ser alterada é o preço de bilheteira, que na maioria das vezes é excessivamente caro. A maior parte da população portuguesa neste momento não consegue pagar o preço exigido por pessoa para se assistir a uma peça, por isso, uma pessoa que já não tenha por hábito frequentar o teatro, mesmo que tenha vontade de ir experimentar vê-se impedido pelas suas limitações monetárias.

A não colaboração entre companhias e teatros não contribui para a melhoria das condições presentes em que o teatro se encontra. Estas pessoas, que no fundo se encontram no mesmo “barco” em vez de se entre ajudarem apenas pioram a situação que os envolve. Se em vez de cada um lutar sozinho para seu lado, se unissem e lutassem para o mesmo fim em conjunto teriam muito mais proveito final. Infelizmente, em especial os teatros já com algum renome, apenas se preocupam com eles próprios sendo por vezes até responsáveis pelo desaparecimento de algumas companhias mais pequenas que têm dificuldades em sobreviver.

A falta de fornecimento de subsídios por parte do Estado é mais uma agravante para este problema. É verdade que nós nos encontramos em crise financeira mas cortar os fundos a uma secção relevante da nossa cultura também não é solução, até porque, muita gente esquece-se disso, mas há pessoas na situação em que o seu emprego e sustento provém do teatro, por isso ao não dar estes fundos monetários ao teatro e aplicá-los em outros casos considerados mais urgentes e relevantes, por um lado ajuda uma parte da população, por outro deixa uma outra secção dessa mesma população na miséria e em situações precárias. O Estado Português deve criar infra-estruturas, suscitar condições favoráveis, mas não intervir no plano de criação. Deve reconhecer o Teatro como um serviço público e, como tal, assumir a responsabilidade sobre ele. É preciso que este reconheça a importância do trabalho já desenvolvido.

Em conclusão, se queremos manter vivo o teatro temos de educar desde cedo as crianças de modo a que elas olhem para o teatro como algo interessante e divertido e não uma “seca” sem piada nenhuma, as instituições do mundo do espectáculo têm de aprender a se entre ajudar pois a união faz a força, e o estado têm de ajudar (com esta ajuda seria muito mais fácil tornar os preços de bilheteira mais acessíveis) e proteger esta parte da nossa cultura pois feitas as contas acaba por dar emprego a muita gente.

Estatísticas e Entrevistas

Observações

Durante a realização deste trabalho verifiquei que o Teatro do Porto não está assim tão bem como parece ser. O estado dos locais de trabalho de muitas companhias profissionais não pode ser propriamente chamado de adequado, normalmente encontram-se na parte mas antiga da cidade, em edifícios recuperados e muitas vezes com poucas condições para efectuarem lá o seu trabalho.
O mesmo se passa com os grupos amadores, por exemplo, o Teatro Fábrica onde muitos grupos de teatro, para além de pessoas que vão lá para outras actividades, não encontram o conforto e equipamento necessário para o bom funcionamento de um ensaio. Infelizmente perante a falta de melhor as pessoas contentam-se com o que têm.

Os Teatros, os edifícios propriamente ditos, também não fogem à regra. Neste momento muitos encontram-se em reabilitação como o caso do Teatro Nacional São João, mas outros encontram-se em tão mal estado, como o Teatro Sá da Bandeira, que demoraria muitos anos para que o edifício volta-se a ter todas as condições precisas para funcionarem correctamente. Outros, apesar de excelentes por dentro, falando do Teatro Carlos Alberto, estão completamente vandalizados por fora e não há por parte da autarquia qualquer preocupação em resolver a situação. Devo também acrescentar que é uma “injustiça” não terem reabilitado o antigo Teatro Carlos Alberto, que agora não passa de um edifício velho e cheio de graffiti, que só dá uma má imagem ao novo teatro.

A nível da publicidade que a quinta arte recebe, pode parecer pouca mas não é, só que infelizmente não é propriamente muito visível. Cartazes na rua, outros, mais pequenos nas portas dos cafés e assim sucessivamente. É de louvar, ou talvez não, o esforço do Filipe La Féria em publicitar as suas peças; junto ao café Majestic um grupo de duas ou três pessoas, com um grande cartaz chamam a atenção das pessoas para a promoção feita a quem comprar o bilhete naquela hora. Apesar de não ser o melhor teatro feito no Porto, sempre consegue levar os portuenses a verem peças.

A Tragédia Grega do Teatro Português

Os Problemas do Teatro Nacional


O teatro é algo que caracteriza um povo, é como um marco cultural para todos os que conhecem uma nova cultura. No entanto em Portugal, onde o teatro ainda é considerado “recente” em comparação com o resto da Europa, ninguém lhe dá o devido valor, ninguém vai ao teatro.
Se olharmos à nossa volta, damo-nos conta do estado decadente em que o teatro português se encontra. São poucas as companhias ou grupos independentes que conseguem subsistir, os únicos que ainda vão sobrevivendo são os teatros já com algum renome. E isto porquê?
Isto acontece devido ao pouco valor que lhe atribuímos, aos subsídios quase inexistentes que lhe são fornecidos pelo nosso governo, à falta de camaradagem entre companhias, grupos e teatros e a própria educação da população em geral.

Hoje em dia, um grupo pequeno que queira fazer uma peça não tem absolutamente nenhum lucro com isso. O dinheiro que é necessário gastar para produzir a peça em si, desde o espaço para treinar, os figurinos, os cenários, os técnicos (que muitas das companhias contratam a recibos verdes pois não possuem os seus próprios técnicos na companhia, o que muitas das vezes não resulta da melhor maneira), o aluguer do espaço para exibir a peça e a juntar a isso o tempo que os próprios artistas gastam a preparar o espectáculo, exige imensos gastos monetários e físicos que na grande parte das vezes não são reembolsados com o lucro da bilheteira. Normalmente esse lucro mal dá para pagar as despesas referidas acima, quanto mais pagar o esforço e tempo dos actores, por isso estes se realmente querem continuar no mundo do teatro têm de trabalhar de graça e para se sustentarem são obrigados a procurarem emprego em áreas relacionadas com esse mundo ou mesmo em outras áreas que nada têm a ver com o mundo do espectáculo.
Entre as próprias companhias, grupos e teatros não existe entre ajuda. Por exemplo, os teatros de maior renome e estabilidade na área podiam ajudar companhias a sobreviver alugando o seu espaço a estas por um preço mais acessível, mas em vez disso, quando alguém surge com um bom argumento para uma peça, eles imediatamente tentam comprar esse argumento e reproduzi-lo com os seus próprios actores em vez de lhes darem uma oportunidade.

Outro problema que faz com que não exista grande lucro de bilheteira é a falta de educação da população em geral para este tipo de arte. A maior parte dos portugueses nunca foi sensibilizado em relação ao teatro, nunca lhe ensinaram a apreciar este tipo de arte, por isso grande parte apesar de até ter posses monetárias para poder assistir a um espectáculo não o faz por achar que o teatro é aborrecido e não gostar.


É verdade que nos encontramos em crise e é necessário poupar, mas não se devia menosprezar o teatro como o governo e os portugueses fazem, pois brevemente, se esta situação se manter, o teatro desaparecerá.